sábado, 28 de fevereiro de 2015

Momentos

                “Carpe Diem”, disse o mestre.



                Perdi as contas de quantas vezes idealizei beijos e carinhos após ver outro garoto na rua, ou em um desses vários aplicativos que existem por aí, que me atraísse ou despertasse meu interesse.
                Apesar disso, me manter nesse mundo idealizado não é lá um dos meus pontos fortes, ou pelo menos deixou de ser após minha primeira paixão platônica, por isso que, por mais “difícil” que seja, sempre tentei arranjar algum meio de conhecer aquela pessoa que estava desejando naquele curto período de tempo.
                Consigo contar nos dedos de uma mão as tentativas que deram sucesso, e, mesmo que fosse um sucesso, nunca era a opção que eu mais desejava, e sim a que eu não criava planos de conhecer. Pior ainda é que o máximo que consegui dessas tentativas foi arrancar um beijo e alguns encontros, nada além disso (não que eu ache ruim).

                Claro que estou excluindo outros fatores que fizeram o anseio não se realizar: Eu e ele não combinávamos, não era correspondido ignorado, distância, tempo, planos, etc, etc, etc. Tirando essas razões, sempre me indaguei sobre o “Por quê” de algumas idealizações minhas com o outro não darem certo, ou não poderem se realizar no atual momento, e a resposta mais plausível, ou que saciou a minha dúvida, obtive na convivência com uma pessoa.


                A questão é que devemos saber aproveitar e, acima de tudo, entender, analisar, a situação, o momento, em que estamos com outro. Esse é o segredo.

                Um exemplo: Uma prima minha, iniciando a sua adolescência, teve a oportunidade de ficar com um carinha em uma festa, mas não ficou. Não por falta de interesse, simplesmente não aconteceu (nervosismo dela talvez). Tinha ela me dito que ele a ia procurar no facebook, e eu, observando o caso, disse a ela que isso não aconteceria, e realmente não aconteceu.
                Bastava ver o ambiente: Na balada de uma festa. Quais são as chances de alguém, nesse ambiente, ter o interesse em ir atrás de conhecer o outro? São poucas. Além do fato de serem pessoas novas, que querem apenas aproveitar aquilo que estão vivendo naquele instante, e também pela proposta de ser apenas um fica.
                Não quero e não estou generalizando. Há casos raros.

                Quais são as chances de surgir um relacionamento a partir de um aplicativo? Poucas também. Isso se dá simplesmente por ser algo “forçado”: Você tem de marcar encontro. Não é algo casual, que simplesmente acontece. Não é como conhecer uma pessoa por acidente. Além desses aplicativos serem, na verdade, um grande catálogo onde você vai escolhendo quem lhe interessar, e não quem esbarrar com você no caminho.




                O que acontece é que, muitas das vezes, procuramos algo no lugar e na hora errada. E o pior é que não temos noção disso. Repetindo: O segredo é saber se o momento está propício para o que você procura.

                Tem de se levar em conta o estado em que cada um se encontra: Há momentos em que estamos dispostos a namorar alguém, e há momentos em que queremos apenas curtir. Somos mais amigáveis durante um período, ou voltamos a nossa atenção para apenas a quem conhecemos.
                Nossa maturidade também entra nesse quesito: Quando estamos vivenciando o nosso primeiro amor, degustando de novas experiências, a forma como lidamos e respondemos ao outro, nossas ideologias daquele tempo, ou seja, Quem nós somos naquele instante.
                Também tem a clássica: A Primeira Impressão. Conta bastante, mas não nos esqueçamos de que é uma consequência do que acabei de falar: de Quem nós somos, ou, melhor dizendo, de Quem estamos sendo naquele instante (vide ao fato de sempre mudarmos com o tempo).


                Vejo que, aceitando isso, um leque de possibilidades é aberto em relação ao ato de conhecer o outro, além do fato de aprendermos a lidar de maneira mais extrovertida, de forma menos estressante, com as casualidades da vida. Posso causar a melhor primeira impressão em alguém, ou a pior. Vir a me tornar o melhor amigo, ou o mais odiado inimigo. Um dia ser o amor da vida dela, ou um estranho.
                E tudo isso depende de todos os fatores externos e internos. Depende de mim, da pessoa, do dia, do local, da hora, em fim, do momento! A verdade é que, vendo toda essa casualidade, posso vir a me tornar qualquer pessoa diante do outro.

                E se não funcionou como você esperava, tenha certeza de que um dia possa vir a dar certo, afinal, todos nós somos uma enorme e infinita metamorfose ambulante!

                 Paciência amigo! Sente e aproveite o dia!



E disse o mestre: Carpe Diem!
Aproveite o dia
Aproveite o momento.




Abraços do CR!!
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial