Antes de tudo vou logo pedindo
desculpas por não ter postado algo durante essa semana, e sim só agora. Estava
estudando para as provas de 2º chamada e tinha que estudar. Desculpem-me.
Faz pelo menos uns
dois meses atrás que venho prometendo narrar esse fato aqui no blog, e
finalmente vou falar o que basicamente ocorreu. Além de mostrar algumas
conclusões minhas quanto a isso.
Às vezes me
pergunto: Por que preciso chegar para os meus familiares e falar: “Olha, eu sou gay!”? Eu não vejo os meus
amigos, que são héteros, chegarem tanto para os seus pais quanto para as suas
mães e dizerem que são héteros.
Tudo bem, entendo
que homossexualidade ainda é um tabu para muitos e que se torna necessário
trazer essa realidade para quem convive com você, mas isso é um porre! É muito
chato você ter esse trabalho de se assumir para a família.
Será mesmo que é
necessário ter de trazer essa realidade para a minha família? Poderia
simplesmente apresentar meus possíveis namorados e “petê saudações”, pois não
são tanto eles quanto meus amigos que vivem dizendo que devo guardar minha
sexualidade apenas para mim?
Mas não, aqui estou eu vivendo minha
sexualidade abertamente (e uma prova disso é meu próprio blog, pois todos que
me conhecem, conhecem esse blog) e aqui estou eu assumindo-me para a minha
família (parte de mim não queria trazer essa realidade e a outra parte de mim
queria, ou seja, quase que obrigatoriamente), respeitando e indo contra, na
maioria das vezes, à opinião de todos.
Querem saber a
verdade? Não me assumi para minha mãe porque eu quis, ou porque ela descobriu,
ou coisa do tipo, mas sim porque me senti pressionado a isso.
Como foi? Já fazia
um tempinho que algumas pessoas vinham me perguntando se eu era assumido para
os meus pais e quando eu ia me assumir. Em um belo dia estava deitado na cama
junto a minha mãe, e estava passando uma notícia sobre casamento igualitário, e, aproveitando a deixa, pergunto a opinião dela quanto a isso. O que ela
respondeu?
“Eu apoio, mas tenho medo de estar indo
contra os ensinamentos divinos.”
Depois de um tempinho conversando veio
aquela puta pergunta: “E as meninas CR? Tá gostando de alguma?”
... Até tentei evitar isso, mas acabei falando:
“Posso te falar uma coisa? Eu não gosto de garotas”.
- Sério que você falou isso CR?
Sim. Ela falou que
vai continuar me amando, que isso vai independer do jeito que ela olha pra mim,
e que ela se importa com o meu futuro e não com quem eu vá namorar. Particularmente
fiquei muito feliz ao ouvir isso, mas bastou passar um tempinho que ela começou
com umas histórias: “É só uma fase”,
“Você precisa ir a um psicólogo, pois isso é uma confusão na sua cabeça”, etc.
Fiquei sabendo que
no dia seguinte ela chorou bastante conversando com o meu primo (que também é
gay) achando que tem culpa por eu ser assim, se perguntando o que ela fez de
errado, etc, etc, etc. Além disso, uma coisa que percebi é que ela presa
tanto a sua imagem quanto a do meu pai, além da minha. Ela se preocupa com o
que os outros vão falar de mim, com o que os outros vão falar dela e com o que
os outros vão falar do meu pai.
Não quero ser
ingrato, chato, ignorante, incompreensível, egoísta, ou coisa do tipo, entendo
que cada um possui seu tempo, mas você não sabe o quanto é chato você ver que a
sua mãe tem limitações para conversar normalmente com você quanto a sua sexualidade,
não sabe o quanto é chato é saber que ela chega para o psicólogo dela, para a
minha pediatra (ainda não sou adulto, Rs!), para um amigo(a), ou para alguém
que ela conhece, usando as palavras:
“Ele tá com uma história de viado, de ser
viado.”.
(Dá-me nojo (sim, nojo), ouvir minha mãe citando essa palavra: Viado.)
E não sabe o quanto
é chato ver que sua mãe pede pra você esconder
sua sexualidade, voltar para o armário, para que as pessoas não falem mal tanto
de mim quanto da minha família.
Não sei, mas começo
a duvidar se é resolução para a sua vida abrir sua sexualidade para sua
família. Como disse, entendo que cada um tem seu tempo, ou seja, é tudo uma
questão de convivência, adaptação e tempo.
O que eu podia
fazer já está feito.
Abraços do CR!!
assumir pra familia que é gay é muito dificil , tenho uma parenta que contou pra todos que era lesbica e tals e nossa foi a pior experiencia dela, mas aos poucos estão aceitando essa ideia, Olha eu vim aqui pra te dizer que tem selinho lá no meu blog pra você pequenodiamantteazul.blogspot.com.br espero que você goste ;*
ResponderExcluirPow lindona, obrigado por ler e por indicar o selo, mas só faz um tempinho atrás que fiz um post sobre esse mesmo selo, então não é meu objetivo repetir novamente entende?
ExcluirDesculpas de qualquer jeito. Obrigado por ler!
Abraços do CR!!
Nossa CR, parabéns por ter se assumido para sua mãe.
ResponderExcluirE eu também me pergunto porque eu preciso chegar para as pessoas e falar: “Olha, eu sou gay!”. Só sei que é muito estranho, parece que toda hora a gente precisa estar se assumindo para alguém. Semana passada me assumi para um ex-colega meu, essa semana me assumi pelo facebook para uma amiga que nunca mais vi. E eu fico me perguntando, por que toda essa vontade de me assumir para toda pessoa com que eu falo? Por que essa necessidade de escancarar na cara das pessoas que sou gay? Afinal isso só diz respeito a mim.
Espero um dia me entender e compreender essa necessidade.
Imagino como deve ser chato isso que vc está passando. É por que sei que vou ter que passar por essas coisas, e ver minha mãe sofrendo que não conto nada.
ResponderExcluirNossa CR, nós passamos exatamente pela mesma situação, minha mãe "aceitou" minha sexualidade, porém ela não fala sobre isso comigo, nem meu pai. Às vezes eu me pega pensando: será que eles esqueceram? Eu tinha 13 anos quando falei (nem um pouco precoce rsrsrsrs). Mas eu acho que se algum dia eu estiver namorando e apresentar o menino para eles, eles aceitariam. Bem complicada essa situação, mas é a nossa vida, e nos devemos vivê-la da melhor forma possivel.
ResponderExcluirAbraços (e obrigado por esse post, agora espero o outro que você prometeu do seu pai)
A história geralmente se repete... Fazer o quê não é?
ExcluirQuanto ao outro post, vai demorar um pouco! Rs!
Abraços do CR!!
Que tenso CR... Mais o você já deu um longo passo se abrindo com ela, mães tendem a ser compreensivas agora pais =/
ResponderExcluirBom... Meu pai se mostrou uma exceção. Rs!
ExcluirAbraços do CR!!
cara , qnd contei pra minha mãe(que foi a poucos dias) foi a mesma coisa , ela pediu pra mim não contar pra ngm e disse a mesma coisa "é só uma fase" , o foda q a minha é evangélica então já viu né ....
ResponderExcluirto amando o blog :)
Estamos em 2016. Fazem anos que você assumiu. E aí, as coisas melhoraram?
ResponderExcluirEstou passando por uma situação assim, só que minha mãe não quer falar comigo, me trata mal, me ignora, às vezes me xinga... Meu pai não é assim, ele entendeu. Mas, minha mãe só me dar desgosto. Disse que sou uma vergonha.
Eu sempre ajudei ela. Sempre fui atencioso. Sempre carinhoso. E ela diz que sou uma vergonha.
Eu quase entrei em depressão.
Já pensei em suicídio, mas meu namorado disse que não vale a pena e n quer que eu faça isso.
Eu contei essa semana.
Não numa conversa.
Mas forçadamente, ela, praticamente, me arrancou do armário.
Eu tenho 18 anos.
Ainda vou começar a trabalhar.
E a situação aqui em casa é uma das piores. Eu estou me sentindo muito mal.
Dizem que com o tempo, ela muda.
É verdade?
O tempo com vc, funcionou?
Abraço.
Até a um tempo atrás vez ou outra ela insinuava (ou se forçava a acreditar) que eu tinha algo mais sério com uma ou outra amiga minha.
ExcluirParticularmente acredito que ela ainda não tinha tanta coragem de dizer para os outros que tinha um filho gay, e por isso criava essas histórias.
O que aconteceu nesse meio tempo foi que ela decidiu ir atrás de referências/ de pessoas próximas a ela que entendessem ou que já passaram por essa situação.
A exemplo: Ela já era próxima do meu primo (gay), e, com isso, se tornou mais próxima ainda. É no entanto que qualquer dúvida que ela tem sobre o meio lgbt, ou quando necessita de uma opinião geralmente contata o meu primo.
O que eu percebo é que ela acabou aceitando e está aprendendo a conviver com isso.
Obviamente que nem todos os problemas já foram resolvidos, e fica como exemplo o meu namoro: Ela sabe e convive com o meu namoro, mas ainda não consegue lidar com os meus afetos para com o AL.
As vezes me sinto um pouco suspeito para opinar sobre esse relacionamento entre mãe e filho gay, pois sempre tive um pai e uma mãe compreensíveis e amorosos, e, obviamente, que esse não é o caso de todos.
Apesar disso, particularmente continuo acreditando que com a convivência essa questão se resolve.
Ivis, as pessoas mudam. Veja isso que você está passando apenas como mais um dos vários problemas que A Vida te dá, problema esse que pode e vai ser resolvido por mais que pareça ser impossível ou muito difícil.
Conviver, por si só, já é difícil, tenha isso em mente.
Abraços do CR!
(Perdão pela demora a responder)
A historia se repete rs
ResponderExcluirme assumir pra minha mae essa semana. Sempre fomos muito amigas e tudo mais.Ter que ouvir dela oque eu ouvir, eu preferia ter morrido
Se arependimento tivesse matado, com certeza eu ja estaria no inferno.
E oque adianta se assumir se eles falam: '' por favor nao deixa ninguem ver'' ou entao '' nunca quero ver, faça beem longe de mim''
Nossa foi horrivel.
Mas ela ta falando comigo como se nada tivesse acontecido. Eu espero que com o tempo ela entenda
Foi um grande passo, moça, mas pode ter certeza que tudo só tende a melhorar, mesmo que demore muito tempo.
ExcluirVai ser complicado sim, mas nada que o tempo não consiga resolver.
Abraços do CR!!