"And oh my love remind me, what was it that i said? I can't help but pull the earth around me, to make my bed..."
"Hoje encontrei uma carta. Uma
bela carta, por sinal. Nela haviam palavras carinhosas, açucaradas com uma doce
utopia de um relacionamento bem degustado. Digo utopia, pois, por até engraçado
que seja, o autor ainda não tinha vivenciado tudo o que ele afirmara vivenciar,
como se fosse algo previsto ou mesmo uma bela esperança para o seu
relacionamento tão recente.
Ingenuidade ou não foi algo belo
de se ler. O que a paixão é capaz de fazer conosco, não é mesmo? Se as pessoas
vissem a paixão com uma lente mais adaptada ao termo talvez não fosse tão
difícil encontrar alguns frascos cheios de paixão. Não que seja algo
necessariamente raro, mas existe um grande receio de se adocicar a vida com
algumas gotas dele.
Infelizmente devo dizer que a
carta estava incompleta. Não por maldade do autor, mas sim por ele mesmo
desconhecer a dádiva de um relacionamento. Ouvi dizer que A Vida ainda não o
tinha presenteado com algo do tipo, talvez por isso tenha tido a impressão de
que faltava algo para completar aquela bela carta. Apesar do autor afirmar ter
vivenciado todo o relacionamento ainda não acho que ele conseguira colocar tudo
o que acontecera conosco naquelas palavras. Foi muito mais do que eu esperava e
do que com certeza ele esperaria.
"And oh my love remind me, what was it that i did? Did i drink too much?..."
Começou com um vermelho vívido,
salpicado com alguns tons do verde tão jovial e esperançoso. Durante foi
temperado também com um amarelo enérgico, que se misturou com o vermelho para
vivenciarmos um alaranjado. Por um tempo, quando essas cores se esgotaram, assumimos
o tom neutro do cinza. Por fim, deleito-me em vários tons de rosa.
Vez ou outra pintamos e repetimos
algumas cores dessa aquarela, mas acredito que o rosa venha a permanecer por
mais um tempinho conosco. Mesmo assim, uma aquarela de cores não consegue
resumir o que vivenciamos em um ano juntos.
Aquele autor pelo menos em parte
acertou. Vivemos de beijos calorosos e desentendimentos, acumulamos boas e más
lembranças e nossos sentimentos se findaram. Você mudou e eu mudei. Você me
mudou e eu te mudei. Nos tornamos um pouco um do outro, algo natural de qualquer
bom relacionamento, e ainda digo mais: sua presença tornou-se uma necessidade
para mim. É difícil me imaginar longe de você.
Para alguém que não acredita na
permanência das coisas da vida essa necessidade é algo grandioso, e talvez algo
até inimaginável para aquele ingênuo autor. Eu não sei o que é saborear certos
momentos da vida sem ter você ao meu lado, afinal, o que me importa hoje é
dividir essas experiências com você. Saiba que a vida fica um pouco mais bela
com você ao meu lado/ela ganha um pouco mais de cor e sabor. Não tão saturada,
mas a um pouco do nível de uma beleza utópica, algo que não era para ser real,
mas que se tornou algo palpável para mim.
"Am i losing touch?..."
Os tons de rosa do nosso
relacionamento não me permitem arriscar a escrever aqui o que vai ser o nosso
relacionamento daqui para frente/não me permitem a ingenuidade do meu eu de um
ano atrás. Não que eu não goste mais da cor verde, mas é por somente eu ter
aprendido com você que relacionamento mais se constrói do que se idealiza. O
máximo que me permito a dizer, e a única certeza que tenho, é que daqui para
frente nós vamos nos mudar mais e mais, e eu, mais uma vez, me permito a isso
com você.
Posso te dizer hoje que sim
construímos uma bela história para contar. E eu não tenho palavras para
expressar o quão feliz e grato estou com isso.
Obrigado por me ter feito tão
feliz durante esse ano.
Obrigado por estar fazendo parte
da minha história
E somente obrigado!
Amo-te!
Ce- Fortaleza, 19 de Março de
2017."
"Did i build this ship to wreck?"
- Carlos R.
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