O tom de rosa durou por um bom tempo, mas o que se seguiu não foi tão belo quanto as cores anteriores.
*Escrito originalmente em 15/09/2018
Recordo-me um pouco do vermelho, mas dessa vez em tom bem mais escuro causado pela sangria não notada. O Amarelo despediu-se à vista. O Verde já não tinha mais vida... e assim foi com o resto das outras nossas cores que foram murchando e murchando até tudo se juntar e não haver mais o que se distinguir. Sem visão e sem rumo nos perdemos.
Qualquer cor que quiséssemos inserir ali logo se desfaria... Foi um caos.
Sem mais o teu apoio tive que pacientemente organizar minha palheta de cores. Posso te afirmar que foi um processo árduo e doloroso.
E quando já via o resultado do meu esforço (vendo todo o caos de cores tomar forma e distinção) percebia que aos poucos tua presença esvaía-se cada vez mais, e por pouco quase deixo o caos invadir novamente o quadro, mas continuei centrado no que tinha em mãos.
No final disso, quando a ordem estava estabelecida, vi um branco tão límpido que cegava, mas em todo esse branco só havia a minha presença. Nada além de solidão.
Ainda não estava pronto...
Então deixei que o branco entardecesse. Vi esse entardecer quarenta e quatro vezes. Permiti que fosse assim até que o branco se tornasse solitude... E se tornou.
Ainda não tenho cores vívidas para pôr em meu mais novo quadro branco. As cores que hoje tenho ainda estão pálidas e claras de ainda tão recentes, mas elas me permitem sentir paz ao ver o que um dia fiz ao teu lado. Por agora, o azul-bebê tem sido minha preferida.
Desbravarei esse novo quadro. Com medos e receios, mas acredito que os tons de lilás me ajudarão nisso, assim como o amarelo me motivará mais uma vez.
E todas as minhas outras cores um dia ficarão tão vívidas quanto já foram um dia, e acredito e espero que as suas também.
- Carlos R
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